POEMA RONDANDO A JANELA
O poema sente frio
Quer entrar pela janela
A noite embrutecida
Há murmúrios pelos cantos
Um despropósito de saudades
Nos olhos dela
Um fantasma de martírios
Sacudindo-se num lençol
O poema ronda
Quebra o vidro e o deixa entrar
Toma-lhe as mãos de versos
E o abriga e beija e ama
Ó poema singular