SACRILÉGIO
Só Deus me impedirá
De contigo de mãos entrelaçadas
Nas calçadas caminhar
Olhar o céu
E até com a lua conversar
Dizer versos ao teu ouvido
E falar coisas sem sentido
Olhar os coqueiros
E a barra de espuma da praia
Velejar no barquinho
E ver a ilha amanhecer
Cantar baixinho sobre a pele dos teus lábios
Deixar-me enlaçar pela cintura
A mais feliz criatura
No poema mando eu
E nestes loucos versos
Tu és meu
Na poesia tudo posso
Até as mãos em teu peito colocar
O pulsar do coração sentir
E, como se diante de um santo estivesse,
Postado no altar,
Ajoelhar-me a teus pés
E tua veste tocar