Castelo de areia

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Acho os castelos bonitos,

mas profundamente comprometidos com a igualdade humana!...

Um príncipe pequeno, bonito e bom,

coroado de cachos loiros,

tipo “O Pequeno Príncipe”,

escorrega de um dos séculos

e cai em minhas mãos!...

Dou-lhe tudo que tenho:

meu túnel cravejado de estrelas,

minha escrita espontânea,

meu colar de pedras raras,

minha fruta preferida,

a idéia de uma ermida,

uma cascata na mata,

uma moto cara ou barata,

a onda morna de uma praia da Bahia,

a areia, a lama escorregadia,

onde ele pode brincar de castelos

e fazer sua moradia...

Corta!

Cada monte é uma estripulia que a terra fez um dia.

A mina encerra um tesouro,

mas quem vai comer seu ouro?

Milhões de anos...

E eu com dificuldade para viver um só desses dias!

A cidade e seus recomeços e a idade em que não permaneço...

Eu deveria usar muito coral!

Para me lembrar que existe a cor,

existe a cobra,

existe o canto

e as jóias vindas do mar,

todas com o nome de coral!...

Quem tiver seus encantos,

que não conte a ninguém!

Senão, perde!

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 31/10/2006
Código do texto: T278843