Ajoelhou? —Tem que rezar!...

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Eu me estropiei na horizontalidade do meu nível.

Depois de uma cancela, outra cancela...

Depois de uma favela, outra favela,

apesar dos prados despertencidos

e dos oásis

e dos jardins queridos,

recesso para meus excessos,

para meu descaso,

para meu descanso.

Há o medo

e a angústia

e o banzo...

Por isso,

onde houver um degrau a meu alcance,

eu subo!

Ou pelo menos tento subir!...

Cansei-me do meu nível viscoso,

que me trava os passos,

onde só rompo de joelhos,

em estado de oração!

É isso:

Na plataforma em que estou,

não adianta tentar andar, e muito menos correr,

porque os pés se agarram ao chão pegajoso.

É só de joelhos que consigo romper,

em aclive!

Até chegar ao ponto em que poderei caminhar livremente,

sem nada pra me tolher e impedir os passos...

Mas isso aí já é a santidade.

Estou longe dela!

Custosa é a verticalidade!...

Como num gráfico de Estatística,

meu espírito pode descrever curvas que sobem

e descem,

pra subir novamente!...

Vacilo.

Como o equilíbrio é custoso!...

Recebi o poema?

Tenho que passá-lo adiante!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 31/10/2006
Código do texto: T278747