eternidade ancorada
Quando o tempo ancora
de sua eternidade
aguardo o instante
em que tu chegas do mar
e se adentra de oleosidade marítima
.
De tal modo sorri
que teu cabelo
parece impor na fabricação do tempo
a tirania preguiçosa das borboletas.
.
De que outro instante é uma folha parada no ar?
Será de quimera?
palmeira de brisa?
nervura de sombra?
.
De onde inverteste a verticalidade do beijo?
se estavas ainda toda
refem das maçãs?
.
Sonho de água
medida em sombra
qual sua sina em ser nervura
apelo de ar?
.
Sem dor de abrir-se
ao invento do dia
trago-te oferendas
minervas de outras palavras
para um suspiro
quem sabe
em tuas margens movediças.
.
labirinto