Espelho
No olhar a noite desenha-se
Imensa e profunda
Há um espreitar das tantas
Que me imaginam ser
Despertando a que não me sabe
Ou a que não me permito conhecer
Os olhos têm tantos truques
Disfarces e todos os embustes
Projetam-nos em imagens supostas
Sempre sobrepostas para confundir
Os olhares do espelho
Que nos reflete ao mundo
Mas as palavras que me habitam
Não me permitem hesitações
Às voltas com a caneta
Percorro-me em caminhos
Denuncio-me, exponho-me
E volto-me ao meu princípio e fim
Não há como silenciar
O caminho da idéia
O revelar da emoção
A inequívoca rendição
Quando as minhas mãos
Apenas tocam o teu nome
Fernanda Guimarães
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