Espelho

No olhar a noite desenha-se

Imensa e profunda

Há um espreitar das tantas

Que me imaginam ser

Despertando a que não me sabe

Ou a que não me permito conhecer

Os olhos têm tantos truques

Disfarces e todos os embustes

Projetam-nos em imagens supostas

Sempre sobrepostas para confundir

Os olhares do espelho

Que nos reflete ao mundo

Mas as palavras que me habitam

Não me permitem hesitações

Às voltas com a caneta

Percorro-me em caminhos

Denuncio-me, exponho-me

E volto-me ao meu princípio e fim

Não há como silenciar

O caminho da idéia

O revelar da emoção

A inequívoca rendição

Quando as minhas mãos

Apenas tocam o teu nome

Fernanda Guimarães

www.fernandaguimaraes.com.br

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 26/06/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T27870