EXERCÍCIO POÉTICO

O poeta enlouqueceu

O que teria sido

O verso tardio

Ou o verso perdido

O poeta rasgou a camisa

E dela fez uma vela

E a colocou no mastro da caravela

Depois gritou pelo mar

Não quero mais

Não, eu não quero mais velejar

Aproximou-se a gaivota

Aprumou o corpo

Apontou a rota

O poeta enlouquecido

Viu-se de almirante vestido

O seu brado virou gemido

Corria-lhe do peito o fel

Das mãos partiam feixes de luz

E ele gritava mais e mais

Valha-me, Senhor Jesus

O poeta endoideceu

E não tinha torre

Ismália a destruiu

Não havia lua

Havia apenas o eterno rugir marinho

E uma solidão de quebrar rochedos

***

Incomensurável é a minha alegria em incluir a esta página os versos de MARIAANGELA:

Onde as Ninfas, onde as Ninfas?!

Que elas apressem-se,

Que possam levar o nosso poeta ao porto seguro...

Lá onde a lua escondeu-se,

Lá onde se pode ouvir as estrelas cantando,

Lá onde pode se avistar os golfinhos festejando a vida,

Lá onde a aurora beija o mar...

Apressem-se Ninfas, apressem-se...

taniameneses
Enviado por taniameneses em 12/02/2011
Reeditado em 12/02/2011
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