Pressentimento

Confessa-me a escrita

Flagrando-te em meus silêncios

Lendo-me a palma das mãos

À volta das coisas inanimadas

Refugia-se os passos da saudade

Em mim, a vertigem, o alvoroço

De todas as palavras que não sei

Buscando apaziguar a tua falta

As mãos espalmam-se no horizonte

Nenhuma hesitação ao que se deseja

Mas é inútil o murmúrio à distância

E todos os vocábulos que se erguem

Pudesse a voz de todas as letras

Aquietar o silêncio da tua ausência

Repouso docemente a saudade

Pronunciando-te em meu olhar

De súbito apenas a evidência:

Tu és em meu mundo

Palavra que não se escreverá

Fernanda Guimarães

www.fernandaguimaraes.com.br

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 26/06/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T27869