A Torre Negra Vol III – As Terras Devastadas

1 – Mente Bifurcada

O que é o tempo?

Uma linha?

Passível de volta?

Quebrável?

“O garoto se chamava Jake”

“Não havia garoto nenhum!”

Deus, o que está acontecendo?

As memórias se partem

Um abismo cavando minha sanidade

E o que é essa tal realidade?

Eu matei o garoto

Sacrifiquei-o em troca da Torre

Mas o salvei

Em outro tempo, em outro espaço

E agora, onde ele está?

Vivo ou morto?

Lembra-se de mim?

“Quem?”

O garoto

“Já disse que não havia garoto!”

Jake, onde está você?

2 – O Garoto, Jake

“Eu sou seu FILHO, lembra? Se esqueceu, verifique o retrato em sua escrivaninha.”

- Jake Chambers.

Eu morri

Não morri

Morri sim

Não morri, não

Qual é a verdade?

Eu preciso encontrar Roland

E esta é a verdade

Eu não tenho pai nem mãe

E isto também é verdade

Uma governanta profissional

Isso é tudo que tenho,

Meu lanchinho profissional

Relação profissional

Para que meus pais exerçam sua profissões

E vivam suas vidas perfeitas

Medicados e maquiados

Eu completamente só

[...]

Havia um homem

Um pistoleiro

Do outro lado

Quando morri um dia

(Eu nunca morri)

Ele me deixou cair

(Mentira)

Estou ficando louco

Mas dele tenho saudades

Vou velo novamente

E esta é a verdade

Alguma coisa aconteceu

E continua acontecendo

O sentido já não importa

Forças estão se mexendo

A Rosa me chamou

Atenderei ao seu chamado

Do outro lado da porta

Meu futuro e meu passado

3 – Medo Num Punhado de Pó

"...Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó."

"A Terra Desvastada" — T. S. Eliot

Vidro sujo contra metal velho

E tudo é silêncio no salão dos mortos

Escuridão, pó e teias-de-aranha

Onde as horas se arrastam com ponteiros tortos

Onde a esperança já se foi

Ecos de fantasmas decaídos

Memórias assassinadas

Feridas esquecidas

Risos gastos

Amores murchos

Flores mortas

Pétalas apodrecidas

Tudo é silêncio no salão dos mortos

(Nem tudo... nem tudo...)

Medo num punhado de pó

De onde viemos para onde vamos

Medo num punhado de pó

Onde fenece nossos melhores planos

Medo num punhado de pó

As areais do tempo não param de correr

Medo num punhado de pó

Não há como se esconder

4 – Lud – Um Monte de Imagens Quebradas

Pra onde leva a onda do avanço?

Pra onde vai o lixo descartado?

Existe um buraco negro em nosso mundo?

Para engolir todos os nossos pecados?

Até onde nossa vontade pode ir?

Até quando pode ser sustentada?

Continuemos com nossos carros e festas

Não liguemos para a extinção da manada

Telas e mais telas

Botões e mais botões

Favelas e mais favelas

Invenções e mais invenções

Fios, engrenagens e eletricidade

Matará nossa fome no futuro

Processaremos nosso amor em discos rígidos

Computadores bipolares e circuitos transitivos

Pilhas e mais pilhas de rádios e televisores

Mas o sinal está fora do ar

O sinal está sempre fora do ar

Só se ouve o chiado

5 – Mono Blaine

"Blaine é um pé no saco.

E esta é a verdade"

- Jake Chambers

Bem-vindo a Cabine do Baronato

Aproveite o conforto e a paisagem

Faremos um passeio divertido

Apertem os cintos e boa viagem

Topeka é o destino

Será a última parada

Da passagem só de ida

Pelas Terras Devastadas

Evil artificial mind

Pink mono-train insane

Mad ghost machine

For you just Blaine

Qual é sua adivinhação?

É bom parar para pensar

Use seu cérebro humano

Consciente de que não vai ganhar

Pois a vida não é justa

Como todos bem sabemos

O mundo seguirá adiante

Mas nós não seguiremos

Além da última estação

Do trilho do Mono Blaine

"Na clareira onde termina o caminho"

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Inspirados na saga "A Torre Negra" de Stephen King.

Pretendo escrever alguns para cada volume desta série.

Estes são baseados no Vol III - As Terras Devastadas.

Os baseados nos volumes anteriores já foram publicado.

Divirta-se, e diga o que achou!

PS: Os poemas desta série são inspirados numa obra de ficção, e refletem minha interpretação da obra. Não refletem minha opinião pessoal nem do autor dA Torre.