CÉU DE LÁGRIMAS

                      
 (SÉRIE POETISA DE MIM)



Se aspira à cegueira, ao eclipse, à travessia
dos espelhos até ao último astro
e o sopro, a falha e a sombra fascinante.
Ela funda uma arquitetura volante
como cansados Césares fugitivos
Estamos perdidos,
senão... amável explicação
cada homem ficará cego
por demasiada ilusão

Há sempre a alma insatisfeita,
curiosa e por fim não convencida,
lutando hoje como sempre,
nestes viveres de eternamente
em que paz é um cor trêmula e ausente
Chegará um silêncio absoluto,
e, então, a música será perfeita,
entre as suas notas profundas de um luto
em explosões de estrelas rarefeitas

A vida inclinar-se-á ao poente para afogar-se
em sombras douradas de sóis calados.
O amor há de ser chamado ao poema
para beber o sofrimento em sílabas desfeitas
e não mais silenciará o meu céu de lágrimas ...



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 11/02/2011
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2786425
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