DE ONDE NASCEM OS MEUS DESEJOS

a imensidão se amalgama n'um dossel

recolhe a sombra diáfana do sol

e a transforma nos refletores da lua

aos recônditos amplos do palco dos ares

impulsionado pelo arrastar do tempo

a noite espessa embrulha a floresta das feras

superando o ímpeto de estragos do vento

(anseios trôpegos do meu ser em espera...)

logo eu que andava com sede imensa de céu...

respirando o dia qual peixe fora do rio

a replicar, vadio, o arrepio frio dos pólos

pelos poros de minha pele escamosa e tensa...

pois é esse avanço sutil da madrugada

que me sussurra uma fábula nova e a espalha

ao pleno vôo das gaivotas novas sobre as ondas...

meu coração, nesta saga, se pacienta

essa emoção me orienta nesta roda do zodíaco

que reflete pontos de prata espelhados no regato

d’onde nascem meus desejos, bem aos pés das águas

em que banho meu sono ausente, desiderato Dionísiaco...