PERCAS E ENGANOS
Na velhice outonal
Vamos perdendo tudo
Pouco a pouco, muito
Perdemos os dentes
Perdemos os sentidos
Perdemos a libido
Perdemos a agilidade
Perdemos a lucidez
E a rigidez
Perdemos a beleza
E o viço
Perdemos os adornos
E contornos
Sai equinócio
E vem interstício
E tudo desaparece
Indo, sumindo, sucumbindo
Feito barco a deriva
Na rota da imensidão
E por fim até o nosso bem mais precioso
Fica esquecido pra sempre
No poço das coisas vãs
No arcabouço que virá pó
No calabouço do esquecimento
Como cinzas jogadas ao firmamento.
Na velhice outonal
Vamos perdendo tudo
Pouco a pouco, muito
Perdemos os dentes
Perdemos os sentidos
Perdemos a libido
Perdemos a agilidade
Perdemos a lucidez
E a rigidez
Perdemos a beleza
E o viço
Perdemos os adornos
E contornos
Sai equinócio
E vem interstício
E tudo desaparece
Indo, sumindo, sucumbindo
Feito barco a deriva
Na rota da imensidão
E por fim até o nosso bem mais precioso
Fica esquecido pra sempre
No poço das coisas vãs
No arcabouço que virá pó
No calabouço do esquecimento
Como cinzas jogadas ao firmamento.