SONHO
Que século era aquele
Que gente era aquela
Desesperada e fechando
Ainda cedo
As bandas de altas janelas
Quem acendia as lâmpadas dos postes
E das casas
E fazia o silêncio se alastrar
E a cidade encobrir de noite estranha
De guerra
E por que eu me perdi
Se a paisagem era íntima
Por que me deu a palavra
E seguia sem me olhar de frente
E me convidou para jantar
A igreja vazia, o altar em agonia
Por que eu não quis mais ver
Em que o sonho terminaria
E não quis entender
O que seu olhar me dizia