MEU CORAÇÃO A TI SE RENDE

Ah, esta praia amena!

Este sol no horizonte surgido

Despertam meu verso adormecido

Traçado a bico de pena.

Verso de amor, pequeno,

Unido a outro já esculpido,

É tal e qual a flecha de Cupido

Ferindo um coração sereno.

Ah, mar de praia dourada,

Das moças de tantas formosuras,

De navegadores e das torturas

De uma raça capturada.

Ah, a lua e sua tênue claridade,

Prateando a onda derradeira,

Viram minha lágrima primeira

Cair no seio desta divindade.

Ah, mar! Gigante adormecido,

Quebrando suave no rochedo,

Alimentas homens sem medo,

Por que ignoras meu gemido?

Seis horas. Quanta soledade!

Em pé sobre um outeiro

Diviso ao longe remando um barqueiro

Orientado pelas luzes da cidade.

Ah, mar! Meu amor cresce, floresce.

Meu coração palpitando a ti se rende,

E quem te domar pretende,

A tua sede de liberdade desconhece.

11/02/11