COGITO
(Hermílio)


Eu sou como não sou
cognome
impessoal, transferível do homem que findei
na medida do possível
Eu sou como não sou
agora
em cacos de segredos dantes
com novos e afiados dentes
quando embora...

Eu sou como não sou
ausente
quando meu consciente
se desfaz em mim
Eu sou como não sou
vidente
mas vejo-me obstinadamente
como outrora, assim.



*Inspirado em
Gogito, de Torquato Neto.

Caros leitores,
    

      Há um inimigo oculto, de plantão, atento a todas as minhas postagens, com o intuito de denunciar-me por suposta publicação de textos de outros autores. Não é a primeira vez que isto acontece. E desta, alegando como vítimas Machado de Assis e Torquato Neto. Trata-se de um procedimento comum aqui no RL, quando muitos traspõem fragmentos como epígrafe ou mesmo publicam, na íntegra, textos de autores consagrados nos quais se inspiraram para a suas criações. Vejo isso em vários colegas e não há como caracterizar ilicitude, especialmente quando se trata de um Machado de Assis, que é de domínio público. Mesmo assim, cumpre-se o dever dos créditos. É lamentável que isto aconteça no anonimato, sob o qual o denunciante se manifesta sem qualquer base de acusação e para a qual a administração sequer faça valer o princípio do contraditório.
     Não faço ideia de quem esteja a acusar-me. Se homem, há vestígios de que seja um cidadão que me interpretou mal num comentário e passou a me enviar mensagens tão idiotas quanto a sua raquítica inteligência e sofrida inferioridade na produção de textos. Se mulher, certamente uma dessas desesperadas inconformadas, que confundem a finalidade do Recanto das Letras e pensam transformá-lo num site de relacionamento e/ou de encontros para as mal (ou nunca) amadas. 
     Esta é uma realidade mais triste para todos, especialmente para a reta intenção do Recanto das Letras, cujo objetivo é a Literatura.  E para os nele cadastrados, todos vulneráveis aos mais absurdos comportamentos de quem não tem o mínimo compromisso com a arte de escrever.
    Cumprida a determinação por parte da Administração do RL, excluí ambos os textos, deixando obviamente o de minha autoria, inspirado no poema “Cogito”, de Torquato Neto. Peço desculpas aos que os leram e comentaram. Um abraço a todos. 

Hermílio