Rochedo flutuante
Que a força da chuva não possa apagar o fogo do amor,
Pois a tristeza da madrugada avança enquanto dormimos
E o ritmo do cair da tarde e do tardar na noite faz dor
Na manhã do dia feliz em que me mimo.
Façamos frente perante o ardor da Terra que o Sol queima,
Que, sem piedade, racha o solo e seca a água dos rios.
Não fiquemos parados a ver navios que no horizonte assoma,
Mas gritemos revoltados como o som do gato que se chama miu.
A maré baixa cada vez mais no horizonte e enche cada vez mais o mar,
Que enorme e azul não tem nada a fazer a não ser ser contemplado.
Que ironia destruiria o Mar?
Eu preciso respirar, mas não consigo cheirar esse ar
Que me tortura e destrói parado,
Como se eu fosse um rochedo a voar.