Poesia da terra do caos
Eis me poeta , incoerente
Alma iluminada , coração demente
Nas trevas ébria à ignorância
Faz-se em fechos reluzentes
Meu corpo flutua e a alma transcede
Eis me louco , dos loucos ; o sábio
Dos sábios , a cautela
Acautelai-vos irmãos
O desfavorecido poeta dorme no chão
Assim sendo , na poesia deleita-se então.
Não há poesia nas sedas e véus
No alto da glória e arranha-céus
O poema se esconde na calada da noite
No beco , na fome , nos açoites
Eis me poeta irreverente
Brincando com rimas & luas
A verdadeira poesia , bons homens
São aquelas tecidas nas ruas.