AMO-TE POETA


Nos bolsos, imagino asas de borboletas,
molhos de folhas e flores secas,
poeiras estrelares e papéis de poesias espessas...
e leva os versos aos bocados...
nos entremeios que te pincelo meus recados
E leva-me o destino em voz traída,
e anda-me o amor tomando a própria vida

Ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!
Nua a teus pés, abro o meu seio
és o tudo...o amor que creio!
Poemas ávidos e impuros
Me rasguem! E meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
a cobrir-me de mimos a palavra enternecida
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.
Hoje não sou eu nunca por inteiro
e há sempre no que faço um ser primeiro
Nublado o olhar só de o ver...
corrompe a escrita, tamanho querer
E tomo-lhe em silêncio a mão.
Pois já tomaste de mim, a vida, o coração.

" j "


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 10/02/2011
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2783719
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