Ensaio da disrupção
Ah! fala, abstraído coração
Que inda ama sem perdão,
Sempre te perdes de paixão...
Por amares tão sem pendão
Deixa-te alhear sem razão.
Amar com tanta sofreguidão,
Te faz mirar com devoção
A quem só te vê, sem afeição.
Ah! Pára, tão inútil coração,
Vê se te porta com distinção.
Esquece de amar em oblação,
Te entregar sem contemplação
A quem nem te julga como irmão.
Pensas que é amor em floração...
O que é apenas pura emoção.
Fica então nesta tola desolação.
Ah! Cala, enfim, este coração,
Aprende a amar com moderação.
Pode entregar-te sem restrição,
Mas lembra: amar é comunhão...
Tem que existir compreensão,
São sempre dois seres em união,
Duas almas na mesma conexão...
Fora disso, só há total desilusão!
Brasília-DF, 09 de fevereiro de 2010.