ESPERAS E LEMBRANÇAS
E tu esperas, aguardas a única coisa
que poderia fazer-te despertar das pedras,
dos abismos com que te deparas.
Nessas estantes avolumadas em castanho e ouro;
de pequenos muitos e de imensos poucos
E tu pensas em quadros,
lembranças e ruínas de mulheres encontradas
e outras mulheres já perdidas em tua vida.
E então de súbito sabes: era isso.
Ergues-te diante de ti angústia e forma
E não percebes que afastas quem te adora
Não percebes que tuas muralhas impedem o agora
E em tuas lembranças, vais da tua vida:
apagando-me, apagando-me!
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(ESSE TEXTO ORIGINOU-SE DE UM SOLUÇAR DE CHUVA, QUE ENSAIOU O CHORO E ABORTOU ESPERAS)