Febe

O escuro da noite

é minha angústia insone.

Madrugo acordado.

Já quase escuto o clarim do soldado

e o inexistente tropel do cavalo alado.

Mas como em cavalo dado

não se olha os dentes,

fantasio as tristezas

com planos lenientes

de fadas urgentes.

Quanto custaria dormir?

Logo o Sol estará a pino,

o tarô adivinhará um destino

e como se eu voltasse menino

pensarei que há um prumo

nessa falta de rumo.

Mas quando Febe voltar

de suas outras noites,

sentirei, só comigo,

o horror do desabrigo

e a solitária solidão

dessa imensa imensidão.