Ensaio da poesia perfeita (parte II)
Eu queria abrir a janela,
deixar as estrelas entrarem,
banhar-me em raios de lua,
a noite pode estar tão bela,
mas pode estar sombria,
talvez meu vento esteja passando livre,
a calmaria acalmaria...
Mas, na verdade, eu estou pensando em você
e este momento é muito importante pra mim...
porque eu me lembro das suas frases,
essas frases tão lindas e tão fortes
que me calam, e me ensurdecem,
e me fazem fechar os olhos e ver...
E neste momento eu vejo seus olhos
tão lindos, tão fortes e tão profundos,
despindo minha alma
e conhecendo toda a verdade
que nem eu mesma ousei retirar
da escuridão do meu inconsciente...
mas a você eu me entrego,
me entrego a essa luz tão forte
que ilumina meu quarto,
a varanda, a rua inteira...
E é por isso que não posso abrir a janela,
porque eu lembro-me agora de uma frase,
uma frase especial...
porque tudo tem sido especial,
porque eu precisava conhecer você
e de repente você estava aqui,
seja onde for...
mas o que importa é você.
Porque há um sentimento louco,
tão louco que não tem nome...
não é amor,
não é amor, também,
não é sentimento já sentido,
não tem sentido...
e é tão lindo que não tem face,
e é tão forte que atravessa o mundo,
e é tão profundo que encontra a calma...
E a calmaria acalmaria
se não houvesse sentimento algum;
só que às vezes a paisagem é linda,
mas a solidão também pode ser.
E nesses momentos começo a falar de amor,
sem notar que o amor não é tão bonito
quanto o que posso sentir que sinto por você,
e que não há nomes nem limites
para um sentimento verdadeiro,
e que não há formas e não há fórmulas...
enfim, nada do que existe importa,
e não se deve procurar o amor
porque o sentimento inventado é melhor,
e se pode ver todas as cores
e sentir todos os perfumes,
e nada será igual ao amor...
o amor... todos conhecem e falam e amam,
mas quanto ao nosso sentimento
todos se enganam.
Eu quero que seja assim pra sempre,
a paisagem imensa se torna tão pequena
e a mensagem curta fica tão sincera...
Ah, solidão...
que deserto é o teu...
posso tocar as miragens
e sentir que não...
Sabe, estou cansada deste poema
porque este momento em que eu penso em você,
em que eu sinto você... é tão importante pra mim,
e, mesmo assim, não encontro as palavras,
não consigo dizer o que me passa pela mente.
Estou pensando
em você
e este momento
é muito importante
pra mim.
E deixa ir,
e deixa-se ir,
e voltar quando tem vontade,
não prende,
não mata,
não sufoca,
não ama,
apenas sente...
e voa,
e sonha,
e vive,
e... nem sei.
É tão louco que não tem nome,
e eu me sinto tão perto,
eu toco as pedras,
eu abraço o mundo,
eu não falo das árvores,
nem escrevo mais nada,
porque eu durmo e não sonho,
e a janela se abre,
e a noite está mesmo sombria.