Ensaio da poesia perfeita (parte I)
...
mas eu só desejava você,
mas eu só sonhava você,
somente sua boca se encaixando na minha
como peças do mais perfeito mosaico.
E o seu cheiro me embriagava,
neste quarto feito labirinto,
onde a lua escorre pela janela,
quebrando os vidros,
enfeitiçando os olhos de quem...
ama...?
Sonhando seus olhos tão profundos,
esse feitiço que emana dos seus olhos,
envolvendo meu corpo como chama.
Mas eu só desejava você,
e a lua fez acordo com uma música
não sei de quem, vinda não sei de onde
para deixar-me ainda mais louca,
para dar força ao meu desejo
de ter seu corpo todo junto ao meu,
de sentir dois corações batendo como um só,
de arrepiar sentindo seu toque,
de me perder tocando sua pele...
sem medo,
sem tempo pra dizer adeus,
sem limites...
sem me deter em momento algum,
pois, na verdade, não quero me deter, não quero abrir os olhos, não quero conhecer os limites...
O que eu quero conhecer é você,
eu desejo só você,
e nenhum outro alguém poderia me tocar,
porque eu sou toda sua.
Mas eu desejava só você,
desejava o aconchego dos seus braços,
esse olhar feiticeiro,
sua voz bem perto do meu ouvido...
talvez dizendo meu nome...
talvez, um dia, dizendo “te amo”.
Conhecer-te sem limites,
ouvindo toda a sinceridade de ti,
sentir que posso ser sua... sem limites,
sentir você se entregar a mim...
acreditar num sentimento estranho,
e confiar em alguém... na verdade, você.
Mas eu só desejava você,
mas eu desejo,
só você... só você que eu desejo.
E só a você eu me entregaria,
só em você que eu confio,
só você poderia me tocar,
porque eu sou toda sua.
Dormindo nos seus braços esta noite,
nem que seja de sonho...
só pra estar com você.