DE DOIS POEMAS

“Asas as tenho dadas por Deus.”

Levam-me aos grandes e infindáveis caminhos,

À imensidão dos céus e todo horizonte

Do vasto mundo e vários mundos.

Das galáxias, de todos os mistérios do Alto,

Dos mares, dos oceanos, dos rios, dos lagos,

De toda razão do líquido precioso;

Dos pássaros e seus estimulantes gorjeios,

Das aves e toda graça capaz,

Dos peixes maravilhosos, divinais,

Das mulheres e homens bons, semelhanças de Deus,

Das crianças puras, tesouros energizantes;

Dos animais, em sua totalidade abrangente,

Da terra. Bendita terra. Mãe terra.

São tantas razões que minhas asas me levam.

Perdurem-se e não me deixem jamais.

E além do meu gozo dessas benesses

Extensivo seja ao original inspirador:

“Asas as tenho dadas por Deus.”

Sinto que tuas asas, ó homem,

Estão paradas no tempo e no espaço.

És livre? Proposição ilusória!

Tua palavra é desculpa infundada.

Diga sinceramente, algum dia:

Livre, a exemplo de pássaros que voam.

“Prisioneiros nas multidões

E libertos entre as grades.”

* * *

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Do livro “Caminhos Mais”, Edição da autora, Teresina, 1995, página 85.

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© Direitos reservados.

Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 09/02/2011
Reeditado em 06/02/2014
Código do texto: T2780752
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