CHUVAS

Bebo as gotas da chuva com sede de vida

regando meu antro a água cadente destila

a alma seca e torna-a humidamente liquida

lava as mais profundas e dolorosas feridas

a água é assim misteriosamente curativa

adistringente, remove pouco a pouco reliquias

transborda dores de lastimas perdidas

emerge forças contidas e escondidas

depois da tormenta e de suas beneces

o sol causticante retorna imponente

e só me resta a vã espernça de nova pancada

abro a boca ao céu e rogo

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 09/02/2011
Código do texto: T2780657
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