CHUVAS
Bebo as gotas da chuva com sede de vida
regando meu antro a água cadente destila
a alma seca e torna-a humidamente liquida
lava as mais profundas e dolorosas feridas
a água é assim misteriosamente curativa
adistringente, remove pouco a pouco reliquias
transborda dores de lastimas perdidas
emerge forças contidas e escondidas
depois da tormenta e de suas beneces
o sol causticante retorna imponente
e só me resta a vã espernça de nova pancada
abro a boca ao céu e rogo