SEMPRE AS ROSAS
(Reeditado como poesia)
Levanta um dia invejoso o lírio,
Eu não perco em nada para a rosa.
Retruca do outro lado a bromélia;
Sou mais bela que os dois deixe de prosa.
A flor de papoula não deixa barato;
A rosa não tem metade do meu brilho.
Mesmo assim coloco no chinelo a bromélia
e nem me rabaixo a falar com o lírio.
A palma não gostou e disse que e a tal.
A mais bela de longe com variadas cores.,
Quem se encanta ao passear pelo jardim,
já para nela quando o assunto são flores.
A azaléia se aborreceu e irritada falou:
Que todas são mesmo umas convencidas.
E que sua beleza encerra logo o assunto.
Jardim algum vive sem ela florida.
O amor perfeito encolheu quieto a um canto.
A flor do campo gritou: mas que falta de tato.
ponham-se já todas em seus cantos caladas
sou a flor mais bela no jardim e no mato.
Iniciou-se a discussão e balburdia geral.
Zoeiras, desaforos chacotas e muita prosa,
passou um jardineiro calando todas elas,
levando nas mãos radiante buque de rosas.