ALENTO


Não choreis, ventos, árvores e mares,
Como um pranto de larvas tumulares...

Pois eu compreendo a vossa língua estranha
ruídos remanescentes que a alma entranha

Não serás tu, queixume vaporoso,
Das coisas mudas, um sonho misterioso.

E pairando, já puro pensamento,
Acordareis um dia em suspenso tempo

E acabará por fim vosso tormento.
No verbo crepuscular e íntimo alento: O amor.


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 08/02/2011
Código do texto: T2780229
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