Aprendi a conhecer o tempo
quando comecei a andar com as pedras.
Elas machucavam-me os pés,
mas fortaleciam minhas  pegadas.
As dores me faziam sentir medo,
mas despertava-me a ousadia.
Então, desisti de falar com as rosas
e roubei delas os espinhos.
Faziam sangrar minhas mãos,
mas tornavam-me forte
na escalada da vida.
Dei meus pensamentos ao rio
e emprestei ao mar meus sentimentos.
Que o rio saiba navegar meu pensar,
que vá de encontro ao mar,
e na explosão dos sabores do sentir e pensar,
se lancem nas pedras as quais me ensinaram
a conhecer o tempo para que ele, o tempo, me ensine a caminhar.