Para isso...
Para dizer ao meu bem o que não cabe na minha boca,
e que se engasga
entre salivas e dentes.
Para alcançar o fundo do céu, e mergulhar
em alto mar, sem tirar
[a roupa.
Para correr, mexer, cair, se levantar
e subir
sem importar
aonde sair
ou quando
chegar...
Para misturar o sabor das cores e comer seus matizes
[com catchup e maionese;
Ignorar às leis, às diretrizes,
e às teses – Todas elas, perfumadas
com o perfume elegante
feito da combinação
entre o enxofre
e as fezes!
Cuspir palavra, como tristeza,
rimar esperança e utopia, vomitar o amor, e celebrar
– pelo grito rouco da rasga-mortalha – o pranto
[e a agonia.
Se iludir ao crer que a felicidade realmente existe;
sonhar, esperando (sentado ou andando) que ela,
um dia, virá.
Baterá em minha porta, e dirá:
– Olá!
A tudo nesta vida, ser indiferente: Não ter tristeza
nem consolo, nem medo, nem gozo, nem alegria.
E tudo ter...
Para tudo isto, é que eu tenho guardado, por trás
da face oculta da tristeza,
na minha alma esquecida,
[toda poesia...