Para isso...

Para dizer ao meu bem o que não cabe na minha boca,

e que se engasga

entre salivas e dentes.

Para alcançar o fundo do céu, e mergulhar

em alto mar, sem tirar

[a roupa.

Para correr, mexer, cair, se levantar

e subir

sem importar

aonde sair

ou quando

chegar...

Para misturar o sabor das cores e comer seus matizes

[com catchup e maionese;

Ignorar às leis, às diretrizes,

e às teses – Todas elas, perfumadas

com o perfume elegante

feito da combinação

entre o enxofre

e as fezes!

Cuspir palavra, como tristeza,

rimar esperança e utopia, vomitar o amor, e celebrar

– pelo grito rouco da rasga-mortalha – o pranto

[e a agonia.

Se iludir ao crer que a felicidade realmente existe;

sonhar, esperando (sentado ou andando) que ela,

um dia, virá.

Baterá em minha porta, e dirá:

– Olá!

A tudo nesta vida, ser indiferente: Não ter tristeza

nem consolo, nem medo, nem gozo, nem alegria.

E tudo ter...

Para tudo isto, é que eu tenho guardado, por trás

da face oculta da tristeza,

na minha alma esquecida,

[toda poesia...

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 08/02/2011
Reeditado em 24/02/2011
Código do texto: T2778746