CABELOS PRATEADOS

Seus cabelos prateados

Com tantas histórias a contar,

Começam a viver do passado

E um dia não poderei mais tocar.

São cabelos brancos e já poucos,

Que um dia encantaram,

Deverão deixar-me louco

E não poderei mais neles me enroscar.

Cada dia a mais nos é um dia a menos,

Entretanto vamos mais fundo na vida,

Porque se morrer não queremos,

Não queremos apenas existir sem que se viva.

E um dia quando não mais estiveres aqui,

E eu com meus cabelos já a pratear,

Lembrarei de você e começarei a sorrir,

Porque pude em minha existência podê-la amar.

Seus 65 anos muito me aconselham,

Seus lábios cansados tentam me falar:

Para a morte corre o homem,

Como um rio corre para o mar.

Com mãos trêmulas e olhar distante,

Escrevo este poema e na garganta desce um nó,

Pois a qualquer instante

Não posso mais tê-la, minha amada avó.

Marcos DSM
Enviado por Marcos DSM em 07/02/2011
Reeditado em 12/02/2013
Código do texto: T2777880
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