SEGUNDA-FEIRA DE CINZAS

Levantei, liguei a televisão

No que vi, não quis mais acordar

Mas o dever a me chamar

E o cheiro do café com leite e pão

Vi sonhos virarem fumaça

O fim da estrada por onde a fantasia passa

Fiquei sem graça, lembrei todo o colorido

Transformando-se em cinza, choro, gemido

E eu, Portelense esperançoso na vitória iminente

Mas que estou solidário à Grande Rio, briosa concorrente

E à União da Ilha, seu desfile sempre reluzente

E às lágrimas de quem trabalha todo o ano, impunemente

Segunda de carnaval, dia de grandes desfiles para maravilhar

Segunda tão normal, mas que roubou da quarta-feira

O adjetivo " de cinzas" , mesmo antes de começar a brincadeira

Viu-se que sonho bom é curto, mas não antes de começar

RAPHAEL SOARES BARBOSA

RAPHAEL BARBOSA
Enviado por RAPHAEL BARBOSA em 07/02/2011
Código do texto: T2777123
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