ESTA LIRA DE MIM!... * Da Vida
(Partindo do mote de Miriam Yisrael: fazer de conta a vida.)
Fazer de conta a vida nunca soube.
A vida não é farsa nem é drama.
A vida é este grito que me chama
no pouco de infinito que me coube.
Na vida sou um átomo de um astro
que, um dia, consumido, se apagou.
Se por memória dele aqui estou,
é nele, seduzido, que me encastro.
E quero consumir-me como um círio,
ardendo em sacrifício de oferenda
à vida que tornaram um martírio...
Assumo a vida como humana senda,
pureza de um imaculado lírio
sangrando p'la barbárie da contenda.
22 de agosto de 2004.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal