Menina

Ela é uma criança, uma menina. (E eu sou um

homem feito)

Eu, que – nessa vida de cão – não sei de nada,

não consigo compreender como os olhos dessa menina

(Olhos miúdos em

um rosto franzino)

podem me tumultuar todo, a ponto de estremecer

[minha alma.

Pela luz dos olhos dela, quase sou feliz...

Quase creio que o sol me basta para ver que a vida

vale a pena, que não existe mistério, e que cada dia

[é um recomeço.

É pelo toque suave das mãos pequeninas dessa menina,

[que posso ter contato com o céu:

Toda graça tenho eu pelo mirar dos olhos dela.

Toda graça tenho eu pelo toque suave de suas pequenas

[mãos.

(À Sofia)

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 06/02/2011
Reeditado em 06/02/2011
Código do texto: T2775804