Menina
Ela é uma criança, uma menina. (E eu sou um
homem feito)
Eu, que – nessa vida de cão – não sei de nada,
não consigo compreender como os olhos dessa menina
(Olhos miúdos em
um rosto franzino)
podem me tumultuar todo, a ponto de estremecer
[minha alma.
Pela luz dos olhos dela, quase sou feliz...
Quase creio que o sol me basta para ver que a vida
vale a pena, que não existe mistério, e que cada dia
[é um recomeço.
É pelo toque suave das mãos pequeninas dessa menina,
[que posso ter contato com o céu:
Toda graça tenho eu pelo mirar dos olhos dela.
Toda graça tenho eu pelo toque suave de suas pequenas
[mãos.
(À Sofia)