NUVENS PÁLIDAS
O dia me vem sem qualquer utopia
numa linguagem estranha, de boca vazia
Entre nuvens pálidas de algodoadas imagens
uma lembrança silenciada em paisagens
Me contorço aos sussurros que me implodem
rasgando a carne no desejo premeditado
mas que de instinto não pode ser negado
Nestas línguas que exploram, em lábios que sorvem...
Vasculho em tateadas flores as vontades
e degusto dos gostos o sabor inusitado do pecado
em goles esmerados, a essência rubra encarnada
em pele alva, de poesia mascarada, tão exata!
E transpiro abraços, abraço o impalpável abstrato.