ESTÁTUAS DE CRISTAL



Quietas estátuas de cristal,
na fala pensada nunca dita
na comunicação extinta de própria vida
Palavras não proferidas
sem que antes as tenha encantado
em movimentos longos de tarde
e sussurros graves da noite
que tendem manhãs para a imobilidade

Quietas estátuas de cristal,
que sorriem silêncios castos e aéreos
intensamente se fitam, enquanto
trémulas, lentas e comburentes,
a luz mais pura as atravessam.
Amantes estagnados a própria loucura
Morrer vivendo pra além da verdade.
Encaram, rindo, a vida que os tortura
e ver no purgatório um paraíso...
ao contemplar o amor em seu sorriso.




Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 06/02/2011
Código do texto: T2775419
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