Minhas ruínas

Lancei-me no exílio

Distante

Em um mundo que criei pra mim

Sozinha, me perdi em sombras

Calando-me para sempre, por enquanto

Selei meus lábios com o mais doce mel

Jurei não compartilhar meus pensamentos ou sentimentos com qualquer um que se aproximasse

A minha volta, com o tempo, fiz um muro

Sem brechas para meu inimigo atravessar

Dentro criei um jardim

Conforme aconselhou o poeta

Para que somente eu conhecesse o profundo de mim

Escrevi em suas paredes, pedra por pedra, palavras e frases que sonhava ouvir

Um dia o cavalheiro chegaria em seu cavalo

Atravessaria o muro

E me encontraria ali

A sua espera, envolta na pura relva que brotaria de mim

No entanto meu sonho foi desfeito

E qualquer sujeito derrubou, pedra a pedra, o muro diante de mim

Me encontrando

Despida

Das minhas verdades e conclusões

certezas e convicções

Vulnerável ao seu insensível ataque

Sem qualquer defesa ao alcance das mãos

Arrancou do meu peito a pureza

Deixando ali somente

Um coração moribundo

No chão

Um corpo morto

E as ruínas do muro

Em volta de mim