Feitiço

Parei na porta, não me aventurei a entrar.

Não havia lugares vazios,

pois aquela ausência

ocupava espaços demais.

Não me coube nem um minuto.

O passado preenchia os cômodos daquela vida,

que sem saída,

decretava a sua própria falência.

Sonegou a emoção em sua vivência,

evitando qualquer risco,

botando nos olhos um cisco

e dando o nome de compromisso.

Apesar dos vazios escapando pela janelas

feito névoa embaçando algumas telas,

era cativo, prisioneiro de algum feitiço...

"Por tudo que o céu revela !

Por tudo que a terra dá

Eu te juro que minh'alma

De tua alma escrava está !!..

Guarda contigo este emblema

Da flor do maracujá !

Não se enojem teus ouvidos

De tantas rimas em - a -

Mas ouve meus juramentos,

Meus cantos ouve, sinhá!

Te peço pelos mistérios

Da flor do maracujá!"

(Fagundes Varela)

OLHOS RADIANTES
Enviado por OLHOS RADIANTES em 04/02/2011
Reeditado em 05/02/2011
Código do texto: T2772795
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