OLHOS DESERTOS


Ah, no deserto do próprio céu gelado, há sulco nos olhos.
Porquê este ardor?
na descida uma estrela qualquer
e ao seu calor fundir a neve que bastasse
à lágrima pedida pela futura morte.

Brilham como pérolas os prantos.
meigas fábricas de quietude e solidão
no calmo cinza branco da sua breve cor.
Rolando incansáveis dores, outros mistérios.

Que longe se vão no ar amargo, sob o ímpeto
delirante de leis extintas,
sentir-lhe os soluços consumidos
Perco-as entre conversas, o sono, o amor.
Aos olhos desertos sua ausência os desgasta,
me banhando em águas de sal.


"Somente quem passa pelo gelo da dor, chega a inocência do amor."

OBS:
Esse texto não é baseado neste momento da minha vida, mas de certo que todos nós já vivemos algo parecido em algum momento.
Afinal nunca amou aquele que nunca sofreu.
E de certo muitas lágrimas fizeram o oceano transbordar.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 04/02/2011
Código do texto: T2772459
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