Oriente
A moça da loja
sorri sua timidez oriental.
Qual vendaval
enfrenta
entre a velha censura
e sua ânsia, sua procura?
A quem já amou,
que choro derramou
e que muro não derrubou?
Seria bom acariciá-la.
Fazer-lhe mulher
e colher seu louco desejo
em cada louco ensejo.
Moça do Oriente
tantos anos nos separam,
tantas coisas nos separam
e no entanto
sei do teu pranto
e bebo do teu riso,
pois és a água fresca
que sacia,
a minha sede macia.