Cúmplices
Não tenho um relógio no peito
nem posso aprisionar o sentimento
quando o coração acelerado
quer revelar meus segredos.
Sozinha,
procuro separar os barbantes
que conduzem minha vida
porém, tudo permanece no passado
feito histórias infantis.
Consolo esta ansiedade
com um sopro de nostalgia
- quem dera fosse novamente tua!
Aprisionada
no desesperado toque das mãos
busco no espelho da sala
teu reflexo,
como se fosses quadro,
flores ou velas.
E, livres são meus pensamentos ao acaso
e minhas palavras
sussurradas ao vento
quando o desejo aumenta
e a noite se esconde
debaixo de nossas culpas.