Entre as linhas paralelas

Do meu ser

Tem coisas que ninguém

Nunca vai saber

Nem vislumbrar

Muito menos tocar

Por não ser capaz

De atravessar a opacidade

Que insiste em cercar

As esferas submersas

Desse meu etéreo olhar

Que ebriamente trafega

Na sinuosidade do que parece vivo

E o do que parece castigo

Em meio ao vestígio

Sem litígio

Que destroça

Sem piedade

O que de mais sublime

Existe escondido latente

No emaranhado

De vértices vorazes

Que coabitam em mim

E não cedem

Nem a apelos ou gritos

Nem a ritos ou sacríficos

Nem a cânticos benditos

E da forma mais improvável

Sobrevivem frondosamente.