Os caminhos de Eva
De onde vens não sei;
tu, outrora calada,
por vezes em pranto
e agora, assim por encanto
és dona da história.
Viestes junto a mim
vestida em fragilidade
e sem que eu soubesse,
ou até me opusesse
tomou-me com a tua verdade;
pois desde o inicio
estivestes aqui
- em mim, por fim,
desde Eva na terra
os teus caminhos tem sido assim.
Tens te sacrificado,
o teu sangue tens dado,
para que outras de vós
pudessem ter voz
nesse enredo cantado.
Tu, luz dos meus dias,
que já não te chamas só Eva;
mas também Maria;
dentre tantos nomes teus,
qual deles eu escolheria?
Escolheria-te assim,
anjo doce, como bem quer,
porque dentre Evas e Marias,
pelo bem que me faria,
todas sois assim mulher.
De onde vens não sei
e talvez não caiba a mim saber
- que me caiba apenas te amar
sem relutar,
sem explicar porquê.