O homem, inimigo do Homem
Ah! semideus infeliz,
o Homem,
em sua ânsia de ser
bicho-rei
deste Planeta.
Sangue verde
escorre
formando poças
nos tumores malignos
deixados pelos
instrumentos de tortura:
moto-serra
machado
tratores de grande porte
e toda sorte de química.
O Ar, antes vida,
hoje
fonte de bactérias,
alergias diversas,
viroses incuráveis...
A Terra,
antes fonte de alimento,
hoje
moribunda, cancerosa,
chaga aberta
sem retorno...
A Água, a pura e boa água,
ontem,
hoje
fétido líquido
onde vida não viceja.
O Fogo, presente dos deuses
bem intencionados,
em mãos criminosas
torna-se mortal...
Os rios, verdes do sangue verde,
não mais correm para o mar...
Formam armadilhas letais,
para todos os animais
(incluindo o animal homem).
Em toda a floresta
sons agônicos
substituem
a sinfonia natural:
não mais pássaros,
não mais vento
tocando flauta
nas grandes árvores,
não mais animais,
não mais vida...
Só resta
esperar
que o Homem,
soberbo e pseudo Rei da Criação,
dê um fim em si-mesmo,
apague do Universo
o brilho da Terra,
Planeta que o acolheu.
Geni Alves dos Santos (junho/98)