Ânima

Saudade não se sente

transpira-se como febre alta

vaza pelas veias do corpo inteiro

dói no peito da alma

e no calor do corpo.

Como que em insanidades

deixa olhos vermelhos

mãos sem caricias.

Vazio sofá sem colo e aconchego

varanda de flores murchas

paredes da memória amareladas

claustro isolado pela solidão

gargalhadas no eco de um rosto inerte

já guarda mais passado que futuro

fatos que se tornaram fotos foram esquecidas

fome de saudade, fome de compaixão.

Que traga com os bons ventos

olhos brilhantes no semblante maduro

na brisa suave do entardecer

na esperança de quem transcende as aflições.

JorgeBraga
Enviado por JorgeBraga em 03/02/2011
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