Ânima
Saudade não se sente
transpira-se como febre alta
vaza pelas veias do corpo inteiro
dói no peito da alma
e no calor do corpo.
Como que em insanidades
deixa olhos vermelhos
mãos sem caricias.
Vazio sofá sem colo e aconchego
varanda de flores murchas
paredes da memória amareladas
claustro isolado pela solidão
gargalhadas no eco de um rosto inerte
já guarda mais passado que futuro
fatos que se tornaram fotos foram esquecidas
fome de saudade, fome de compaixão.
Que traga com os bons ventos
olhos brilhantes no semblante maduro
na brisa suave do entardecer
na esperança de quem transcende as aflições.