Tarde vencida, noite vívida

A tarde derramando-se suavemente

Monta o painel do olhar descolorido

Paisagem de um tempo já esquecido

Reminiscentes efluvios desta mente

Que flui adormecida na negra noite

Pelos séculos afora, triste, desiludida

Vagando por tantas vezes já perdida

Alma contrita cuja cova é um açoite

Ardente como o grito que já sem voz

Traz na memória a outrora doce vida

Essa que vem embrutecer a todos nós

Mesmo a carne só trazendo dor atroz

Torna-se cada existência mais querida

Por sabermos que jamais estamos sós.

Brasília-DF, 2 de fevereiro de 2010.

Claudio Reus
Enviado por Claudio Reus em 02/02/2011
Reeditado em 26/03/2011
Código do texto: T2766623
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