OLHARES DE SOSLAIO...
Os olhos que me desnudam
com uns olhares de soslaio;
não intuem que me escondo
num viés da minha timidez...
Se eu faço, surjo e aconteço
é que em cada ato disfarço;
eu me cubro de um ilusório
estilo, iludindo meus receios.
Se eu pudesse viveria oculto
nos vãos da sala; nas quinas
pacatas do salão. Mas a vida
impõe-nos ímpares ocasiões.
Se eu não posso ocultar-me
da vida, encubro o temor na
ilusão colorida dos audazes;
deuses-pais dos meus medos.
Não sei até onde me vou bem.
Nem se faço papel de palhaço.
Mas vou por esta trilha que eu
diviso, mesmo que pise pedras.
Os olhos que me desnudam
com uns olhares de soslaio;
não intuem que me escondo
num viés da minha timidez...