Tempestade
Estraçalho a janela,
fujo com o vento,
derrubo as coisas em volta.
Encontro-me em meio ao nada,
perdida em alguma floresta,
ou qualquer outro lugar.
Passos adiante, movidos pela fé
que não é suficiente para fazer-me prosseguir.
As feridas
chovem em carmim.
Tingindo as roupas e o chão
com seu brilho avermelhado.
Esqueço do resto do mundo,
enquanto a terra molhada
suja meus pés.
Entro numa caverna escura,
corto a penumbra
com minha adaga.
Visto-me de escuridão.
Sem perceber
que fazer parte do infinito
foi meu maior erro.