PAIXÃO TELÚRICA
Adoro contar estrelas nas minhas noites azuladas de outono,
Quando no terreiro de chão batido estendo uma esteira de campim
... E perplexo tento contar uma a uma
As maravilhas do meu bondoso Deus.
Como posso querer cheio de egoísmo todas elas?
Se eu preciso apenas de uma para me iluminar.
Adoro andar descalço pela praia...
Sentindo o vento bater no meu rosto,
Tanger meus cabelos...
Formar banzeiros nas águas,
Enquanto o areião grita sob meus pés
E querer cheio de egoísmo toda a imensidão das águas dos rios...
Toda a exuberância das águas do mar com todo seu encanto...
Se eu preciso dos rios apenas alguns goles para aplacar minha sede
E do mar quem sabe alguns litros,
Para molhar meu corpo,
Aplacando o calor que tanto me aflige.
Sonhar com um arem de belas mulheres,
Tendo de uma só vez a atenção de todas elas...
Como um sultão em seu suntuoso palácio...
Se eu preciso apenas de ti minha doce amada...
Dos carinhos...
Da atenção...
Das caricias
E do amor que tu tens em teu coração...
Que por tempos que não consigo contar,
Foge do alcance dos meus olhos...
Deixando-me a mendigar um minuto apenas da tua atenção
E nada mais que alguns segundos de tua presença,
Para acalmar esse coração que trago no peito...
Que jamais amará outra mulher como ama a ti.