SONO

SONO

Ele chegou de mansinho

E tomou conta de mim,

Um bocejo bem baixinho,

Dormi como um Serafim.

Primeiro veio um torpor,

Depois inércia total!...

A Morfeu não pude opor,

Quedei-me como um mortal.

Mergulhada no desmaio

Em meu leito confortável,

Sinto que do mundo saio

Numa aventura notável.

Levitando no princípio,

Vou me afastando da Terra...

Com um pensamento ímpio,

De longe eu olho pra esfera.

Sinto-me como se nunca

À Terra fosse voltar,

A viagem não se trunca,

Começo agora a voar...

Pelas nuvens passo rápida

Encontrando-me com a lua.

Ao vento torno-me lépida

Como se eu andasse nua.

Pelo espaço sideral

Me despedindo dos astros,

Já me sinto um imortal,

Igual aos anjos mais castos.

Eu, espírito no espaço,

Com alegria a cantar,

Do que fui, não há mais laço

A que me possa associar!...

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 01/02/2011
Código do texto: T2764579
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