Saciar-te

Silêncio, Aroma, Ar,

Nesse orvalho de mudez,

Teu seio flutua nu,

Ao fundo das sombras,

De desejo das velas.

Seu gemido quase lágrima,

Ondeia com a Noite em lábios,

Seu frescor,

Serpentei-me como vinha,

Sussurra-me sedutora tua face,

A orla do vale do almejo,

Amargas gotas tenras,

Crepúsculo voraz que exala,

No perfume virgem de tuas flores,

Minhas mãos dançam sobre seu corpo,

E em teu andar apenas me curvo,

Vagando por seu espectro em chamas,

Em ti esqueço o mundo,

E de tudo faço Luz e Eternidade,

De seu riso infante,

Seus beijos de Dor,

De seu labiar inquieto,

Derramo-me tal qual véu,

Sobre tua maçã paixão,

E teu olhar me dopa em grito.

Sobre seu corpo morfina,

É que a luxúria morta,

Renasce mais frondosa que da última vez...

Dessa entranha morta,

Vem rasgada vida,

A loucura intensa,

De desfolhar o Imortal,

E semear em tua Alma,

Somente a minha...

Trazer aos teus pés – todas as fontes inventadas por Amor...

Diluí-las em Águas puras,

E fartar todas as suas vontades ocultas...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 01/02/2011
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T2764558
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